As pedras contam-nos no seu silêncio, histórias de outros tempos e de outras gentes. No imaginário dos homens, bailam narrativas de outras eras. A realidade confunde-se com a lenda. Os diferentes vestígios existentes nesta região dão-nos conta de uma ocupação humana com muitos milhares de anos, feita por diferentes povos e outras tantas crenças. Os Penedos Mouros, não sendo por certo o que de mais significativo existe em termos arqueológicos neste espaço geográfico, representam contudo e em nosso entender, uma memória convertida pelo imaginário dos homens em histórias do fantástico. A Rota dos Penedos Mouros é uma homenagem a esse passado feito de glória, mas também de sofrimento, onde o suor dos rostos moldou os solos, que hoje se constituíram em vinhedos, olivais e outros cultivos, representando ainda uma componente importante na economia das populações. O percurso caracteriza-se por uma paisagem essencialmente rural, mas onde se poderão descobrir alguns vestígios arqueológicos e património religioso com características singulares. Curiosamente e apesar da proximidade da Serra da Estrela, esta região detém um clima com características muito distintas. Será, pois, uma região micro climática, do tipo mediterrânico com invernos chuvosos, temperaturas relativamente amenas e verões quentes e secos. Apesar de ser uma região fortemente humanizada e onde obviamente predominam núcleos cultivados, como a vinha, o olival e a horta, não é difícil descortinar, aqui e ali, algumas das espécies que povoaram a região em épocas já distantes e que nos dão sinais dessa interessante e peculiar característica climatérica. O pinheiro manso, o pilriteiro, a azinheira e o rosmaninho são algumas das espécies que podem ser observadas, a par do castanheiro e do carvalho negral.